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14 - Cornélio Bastos e Cruz e Souza - Chico Xavier - Parnaso de Além-Túmulo


26. Cornélio Bastos. PROFESSOR, poeta e jornalista. Nascido na capital de São Paulo, a 26 de setembro de 1844 e desencarnado em Campos em 31 de janeiro de 1909. Foi grande abolicionista e espírita militante. Não temas. Somente com Jesus a alma cansada Volve à praia do amor no mar da vida, O viajor errante encontra a estrada, Que o reconduz à terra estremecida. A esperança, adiada e emurchecida, Refloresce ao clarão de outra alvorada; Todo o trabalho e dor da humana lida São luzes da vitória desejada. Sem Jesus, cresce a treva entre os escombros; Ama a cruz que te pesa sobre os ombros, Vence o deserto áspero e inclemente. A aflição inda é grande em cada dia? Não desprezes a Doce Companhia, Vai com Jesus! não temas! crê somente! 27. Cruz e Souza. CATARINENSE. Funcionário público, encarnou em 1861 e desprendeu-se em 1898, no Estado de Minas. Poeta de emotividade delicada, soube, mercê de um simbolismo inconfundível, marcar sua individualidade literária. Sua vida foi toda dores. Ansiedade. Todo esse anseio que tortura o peito, Estrangulando a voz exausta e rouca, Que em cada canto estruge e em cada boca Faz o soluço do ideal desfeito; Ansiedade fatal de que se touca A alma do homem mau e do perfeito, Sobe da Terra pelo espaço eleito, Numa imensa espiral, estranha e louca, Formando a rede eterna e incompreendida, Das ilusões, dos risos, das quimeras, Das dores e da lágrima incontida; Essa ansiedade é a mão de Deus nas eras, Sustentando o fulgor da luz da Vida, No turbilhão de todas as esferas!... Heróis. Esses seres que passam pelas dores, As geenas do pranto acorrentados, Aluviões de peitos sofredores, No turbilhão dos grandes desgraçados; Corações a sangrar, ermos de amores, Revestidos de acúleos acerados, Nutrindo a luz dos sonhos superiores Nos ideais maiores esfaimados; Esses pobres que o mundo considera Os humanos farrapos dos vencidos, Prisioneiros da angústia e da quimera, São os heróis das lutas torturantes, Que são, sendo na Terra os esquecidos, Coroados nas Luzes Deslumbrantes! Aos torturados. Torturados da vida, um passo adiante, Nos desertos dos áridos caminhos, Abandonados, trêmulos, sozinhos, Infelizes na dor a cada instante! Sobre a luz que vos guia, bruxuleante, E além dos trilhos de ásperos espinhos, Fulgem no Além os deslumbrantes ninhos, Mundos de amor no claro azul distante... Chorai! que a imensidade inteira chora, Sonhando a mesma luz e a mesma aurora Que idealizais chorando nas algemas! Vibrai no mesmo anseio em que palpita A alma universal, sonhando, aflita, As perfeições eternas e supremas! A sepultura. Como a orquídea de arminho quando nasce, Sobre a lama ascorosa refulgindo, A brancura das pétalas abrindo, Como se a neve alvíssima a orvalhasse; Qual essa flor fragrante, como a face Dum querubim angélico sorrindo, Do monturo pestífero emergindo, Luz que sobre negrumes se avistasse; Assim também do túmulo asqueroso, Evola-se a essência luminosa Da alma que busca o céu maravilhoso; E como o lodo é o berço vil de flores, A sepultura fria e tenebrosa É o berço de almas – senda de esplendores. Anjos da Paz. Ó luminosas formas alvadias Que desceis dos espaços constelados Para lenir a dor dos desgraçados Que sofrem nas terrenas gemonias! Vindes de ignotas luzes erradias, De lindos firmamentos estrelados, Céus distantes que vemos, dominados De esperanças, anseios e alegrias. Anjos da Paz, radiosas formas claras, Doces visões de etéricos carraras De que o espaço fúlgido se estrela! Clarificai as noites mais escuras Que pesam sobre a terra de amarguras, Com a alvorada da Paz, ditosa e bela! Alma livre. 9. Um soluço divino de alegria Percorre a todo Espírito liberto Das pesadas cadeias do deserto, Desse mundo de sombra e de agonia. A alma livre contempla o novo dia, Longe das dores do passado incerto, Mergulhada no esplêndido concerto De outros mundos, que a luz acaricia! Alma liberta, redimida e pura, Vê a aurora depois da noite escura, Numa visão mirífica, superna... Penetra o mundo da imortalidade, Entre canções de luz e liberdade, Forçando as portas da Beleza Eterna. 9. Este e outros sonetos de Cruz e Souza foram por ele mesmo traduzidos magistralmente em Esperanto, e as traduções ditadas ao médium Francisco Valdomiro Lorenz, que no-las remeteu. Por supormos fato inédito, deixamo-lo aqui registrado. Essas traduções mediúnicas de versos em Esperanto foram publicadas em elegante volume, sob o título: Vodoj de poetoj ei la Spirita Mondo. ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ஜ۩۞۩ஜ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ INSCREVA-SE │ LIKE │ COMENTE │ COMPARTILHE ✅ INSCREVA-SE NO CANAL: https://bit.ly/3fpJ7uP ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ஜ۩۞۩ஜ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ #DoutrinaEspirita #Espiritismo #Espirita
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